Franquia Starbucks: entenda o modelo por trás da gigante das cafeterias

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Quando pensamos em cafés especiais, ambiente aconchegante e copos com o famoso logo verde, a Starbucks vem imediatamente à mente. Não à toa, muitas pessoas pesquisam sobre como abrir uma franquia Starbucks, imaginando que investir na marca seja um caminho para bons lucros.

A verdade, no entanto, é que a Starbucks não opera por meio do modelo de franquias no Brasil. Isso não impediu, porém, que a marca se tornasse uma das mais reconhecidas do mundo — e também uma das mais procuradas por empreendedores interessados no setor de franquias de cafeterias.

Neste conteúdo, vamos explicar:

  • Como funciona o modelo de expansão da Starbucks;
  • Por que ela não oferece franquias no Brasil;
  • E qual é a trajetória de sucesso da marca até se tornar uma referência global.
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Uma história que começa com três sócios e uma ideia

A história começa com a paixão de três amigos por cafés e chás. Em 1971, Jerry Baldwin, Zev Siegel e Gordon Bowker abriram a primeira loja na cidade de Seattle, nos Estados Unidos. Inspirados pela obra Moby Dick, deram à marca o nome Starbucks, em referência ao personagem Starbuck, o imediato do navio Pequod.

A ideia de abrir a loja surgiu a partir do contato com Alfred Peet, um imigrante holandês considerado um dos grandes nomes responsáveis pela introdução do café gourmet nos EUA. Peet fundou, em 1966, a Peet’s Coffee & Tea, especializada na torrefação e importação de cafés especiais — e foi o mentor do trio fundador da Starbucks.

No início, a Starbucks vendia apenas grãos de café premium e equipamentos para preparo doméstico. Até o ano de 1980, a empresa já contava com quatro lojas e uma reputação sólida no mercado local. Foi nesse momento que um dos sócios, Zev Siegel, decidiu deixar a empresa, e Jerry Baldwin assumiu como presidente.

A entrada de Howard Schultz e a mudança de rumo da franquia Starbucks

A virada decisiva na história da Starbucks veio com a entrada de Howard Schultz. À época, Schultz era executivo da sueca Hammarplast, fornecedora de cafeteiras e acessórios, e se impressionou com a quantidade de pedidos que a Starbucks fazia. Curioso, visitou uma das lojas em Seattle e se apaixonou pela proposta da marca.

Em 1982, Schultz foi contratado como diretor de marketing da empresa. Observador e com visão de mercado, ele notou um problema: o ambiente das lojas era sofisticado, mas intimidava os clientes menos familiarizados com cafés especiais. Para resolver isso, ele desenvolveu materiais explicativos e treinamentos para os atendentes, com foco em tornar a experiência mais acolhedora.

Durante uma viagem à Itália, Schultz conheceu o modelo das cafeterias italianas — locais vibrantes, sociais e acessíveis. Ele voltou ao EUA com a ideia de transformar a Starbucks em um espaço de convivência, oferecendo cafés expressos, cappuccinos e bebidas artesanais, além da tradicional venda de grãos.

Porém, os fundadores da Starbucks não compartilhavam dessa visão. O trio queria manter o modelo original, voltado apenas para grãos e equipamentos. Em 1985, diante do impasse, Schultz deixou a empresa e fundou a sua própria cafeteria: a Giornale, que aplicava exatamente o conceito vivido nas ruas de Milão.

A compra da Starbucks por Schultz

Em 1987, Jerry Baldwin e Gordon Bowker decidiram vender a Starbucks para focar em outros negócios, como a própria Peet’s Coffee. Schultz então comprou a Starbucks por cerca de US$ 3,8 milhões e deu início à maior expansão do setor de cafeterias no mundo.

Sob seu comando, a Starbucks passou a oferecer bebidas prontas, ambientes aconchegantes e experiências imersivas — tornando-se um verdadeiro símbolo de estilo de vida, especialmente entre jovens, estudantes e profissionais urbanos.

Em poucos anos, a marca passou de algumas dezenas para milhares de lojas, espalhadas por diversos países. A combinação entre qualidade, branding consistente e inovação no ponto de venda colocou a Starbucks como referência global em experiência de consumo no varejo físico.

O crescimento da “franquia Starbucks”: entenda o modelo e a expansão global

Após a aquisição da Starbucks por Howard Schultz, a empresa passou por uma transformação radical. De uma pequena rede de lojas que vendia grãos premium, a marca se tornou um império global do café — com foco na experiência do consumidor, design acolhedor e um portfólio de produtos quentes, frios, sazonais e com apelo emocional.

O sucesso foi tamanho que, em 1992, a Starbucks abriu seu capital na bolsa de valores dos Estados Unidos (NASDAQ), com grande entusiasmo do mercado. Desde então, a marca se consolidou como a maior rede de cafeterias do mundo, ultrapassando 38 mil lojas globalmente em 2024, conforme dados da própria empresa.

Esse crescimento acelerado frequentemente leva empreendedores a procurar informações sobre a “franquia Starbucks”, buscando oportunidades de investimento. Mas é aí que entra um ponto-chave que precisa ser esclarecido:

A Starbucks é uma franquia?

Não. A Starbucks não adota o sistema de franquias no Brasil, tampouco na maioria dos mercados em que atua. Em vez disso, a empresa trabalha com um modelo de licenciamento, que pode parecer semelhante à franquia, mas possui diferenças importantes.

Entenda a diferença: franquia x licenciamento

  • Franquia: o franqueado recebe um pacote completo da franqueadora, incluindo know-how, treinamentos, suporte contínuo, padrões operacionais rígidos e obrigação de seguir processos definidos em contrato. Além disso, paga taxas como royalties e fundo de propaganda.
  • Licenciamento: o licenciado obtém o direito de uso da marca, acesso a determinados produtos e sistemas, mas possui mais autonomia na operação, com menos ingerência direta da empresa original. O foco é na expansão da marca com flexibilidade local, e o repasse de conhecimento (know-how) pode ser limitado.

No caso da Starbucks, os licenciados operam as lojas em determinados países ou regiões, normalmente com ampla expertise no varejo ou no setor alimentício. Esse modelo permite que a empresa mantenha o controle sobre sua marca, mas reduza o envolvimento operacional direto em todos os pontos de venda.

Como funciona o licenciamento da franquia Starbucks

Para se tornar um operador licenciado da Starbucks, o processo é bastante seletivo. A empresa avalia:

  • Perfil financeiro do investidor ou grupo parceiro;
  • Experiência no varejo ou na operação de alimentos e bebidas;
  • Estrutura logística e administrativa;
  • Plano de negócios detalhado;
  • Adequação aos padrões globais da marca.

Em geral, o licenciado recebe suporte para implementar os sistemas operacionais da Starbucks, além do direito de usar receitas exclusivas, treinamento inicial e fornecimento de produtos originais. Porém, há uma margem maior de gestão local do que em modelos tradicionais de franquia.

Starbucks no Brasil: como funciona?

A primeira loja da Starbucks no Brasil foi inaugurada em dezembro de 2006, no Shopping Morumbi, em São Paulo. Inicialmente, a operação brasileira era comandada pela multinacional Cafés Sereia do Brasil Participações. Desde então, o país se tornou um mercado relevante para a marca.

Atualmente, a operação da Starbucks no Brasil é gerida pela SouthRock Capital, empresa responsável também por outras marcas de alimentação no país. Mesmo com crescimento consistente, as lojas não são franqueadas, e sim operadas diretamente ou licenciadas para grupos estratégicos com capacidade comprovada.

Em 2024, a rede superou a marca de 30 mil unidades no mundo e segue expandindo em diversos formatos — como unidades em aeroportos, avenidas comerciais, shopping centers e até ambientes corporativos.

Quanto custa investir na “franquia Starbucks”?

Mesmo não operando com o modelo tradicional de franchising, o investimento para se tornar um licenciado da Starbucks é alto — e proporcional à robustez e prestígio da marca. Embora os valores possam variar conforme o país e o tipo de operação, estima-se que o investimento inicial parte de R$ 500 mil.

Esse montante cobre o processo de licenciamento, mas não inclui outros custos importantes, como:

  • Implantação da unidade (obras, mobiliário, tecnologia);
  • Capital de giro;
  • Treinamentos e qualificação de equipe;
  • Estoque inicial;
  • Taxas operacionais e contratuais.

É fundamental lembrar que, mesmo com maior autonomia no licenciamento, o operador tem a obrigação de manter os padrões globais da Starbucks. Isso significa replicar fielmente:

  • A experiência do cliente;
  • O layout e design da loja;
  • A qualidade dos produtos;
  • A excelência no atendimento.

Os diferenciais da “franquia Starbucks”

O sucesso da Starbucks vai muito além do café. A marca se consolidou como um símbolo de experiência, branding e consistência global. Quando o cliente entra em uma loja Starbucks, ele espera muito mais do que apenas uma bebida: ele quer se sentir acolhido, reconhecido e parte de uma comunidade.

Desde os tempos de Howard Schultz, esse sempre foi o DNA da empresa. Ainda nos anos 1980, ele implementou folhetos explicativos para orientar os clientes sobre os diferentes tipos de grãos, bebidas e processos de preparo. Hoje, esse mesmo espírito vive nas lojas com:

  • Cardápios didáticos e personalizados por país;
  • Atendentes treinados para tirar dúvidas e humanizar o atendimento;
  • Ambientes com design acolhedor, iluminação suave e wi-fi gratuito;
  • Campanhas locais com apelo emocional, social e de sazonalidade.

A Starbucks entendeu antes de muitos que vender café é apenas parte do negócio. O verdadeiro diferencial está em vender momentos memoráveis e proporcionar um ambiente que se torna extensão da casa ou do trabalho de milhares de pessoas ao redor do mundo.

E a sua marca? Pode seguir esse caminho?

A trajetória do Starbucks mostra que grandes negócios começam com boas ideias, consistência e uma estratégia bem pensada de posicionamento e crescimento. Se você acredita que sua empresa pode seguir um caminho de expansão e reconhecimento, saiba que contar com uma consultoria especializada em franquias e licenciamento é o primeiro passo.

O Ecossistema Goakira atua no desenvolvimento de redes de sucesso, ajudando empreendedores a estruturar seus modelos de negócio, avaliar sua escalabilidade e expandir com segurança. Seja por meio de franquias ou licenciamento, crescer com estratégia é o que transforma boas ideias em marcas de referência.

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