Expandir seu negócio por meio de franquias é uma opção interessante para empresários que não possuem o dinheiro necessário para abrir mais unidades próprias, segundo especialistas. No entanto, antes de estruturar o negócio e começar a vender unidades a terceiros, é preciso conhecer e mapear as operações, para oferecer o suporte adequado ao franqueado.
Para expandir seu negócio, segundo consultores ouvidos pelo UOL, o negócio deve ter, pelo menos, um ano de funcionamento e uma unidade própria.
Pré-requisitos para expandir seu negócio
Dessa forma, de acordo com os especialistas, é possível avaliar um ciclo completo da empresa. Saber, por exemplo, se há sazonalidade e testar outros produtos e serviços para compensar eventuais períodos de baixo movimento.
Ter uma marca forte, um modelo de negócio com diferenciais replicáveis e que ofereça os mesmos resultados em todos eles são pré-requisitos para transformar uma empresa em franquia, de acordo com os consultores.
Veja, abaixo, o passo a passo para expandir seu negócio por franquias:
1) Registro de marca
Apesar de os especialistas recomendarem que toda empresa faça o registro de sua marca antes de começar a funcionar, nem sempre isso ocorre, segundo André Friedheim, da Francap, consultoria especializada em formatação de franquias. No mercado de franquias, no entanto, o registro é obrigatório.
“No franchising, o uso de uma marca é cedido a terceiros mediante a assinatura de contrato, portanto, é fundamental que ela seja protegida para evitar o uso indevido por pessoas de fora da rede”, afirma Friedheim.
2) Diagnóstico da empresa
Nesta etapa, é necessário avaliar qual é o conceito do negócio, quais são os produtos ou serviços vendidos e qual é o público-alvo. Também é importante definir a identidade visual que será utilizada por toda a rede, avaliar quais são os concorrentes diretos e indiretos, mapear os pontos fortes e quais seriam os riscos do negócio.
“Existem 2.703 marcas de franquias no Brasil, segundo a ABF. É necessário ter um diferencial para não ser mais uma no mercado”. Palavras de João Augusto Bueno, da Fabrica3, consultoria de formatação e expansão de redes.
3) Análise financeira
Verificar as receitas e as despesas é importante para saber quanto a franqueadora deverá cobrar de taxa de franquia, de fundo de publicidade e de royalties para manter a rede. Os royalties podem ser um valor fixo mensal, uma porcentagem sobre o faturamento ou sobre o volume de produtos adquiridos, se a franqueadora for fabricante dos itens comercializados.
“A análise deve considerar as taxas praticadas pela concorrência e se o negócio continuará sendo lucrativo. Lucrativo tanto para o franqueado como para a franqueadora, após o pagamento desses valores. Em alguns casos, chega-se à conclusão de que o negócio não é viável como franquia”, diz Diego Simioni, da GoAkira, consultoria especializada em franquias.
Ele cita como exemplo negócios que vendam produtos baratos, mas que exijam muitos treinamentos. Como o custo para treinar a equipe será alto, os royalties que mantém a rede também serão. Isso pode prejudicar a lucratividade do franqueado.
4) Plano de expansão
Depois de analisar o mercado e a concorrência, é hora de definir onde as franquias devem ser instaladas. Segundo Bueno, o cuidado com as primeiras franquias deve ser grande. Afinal, se tiverem sucesso, elas serão responsáveis pelo crescimento da rede.
“O ponto deve ser escolhido com cautela e o negócio precisa ser acompanhado de perto para dar certo. Por isso, o indicado é que a expansão comece em um único eixo. Isso barateia e facilita treinamentos e visitas de supervisão.”
O empresário pode registrar um novo CNPJ ou alterar o contrato social da empresa já existente. Ele pode incluir as atividades da empresa franqueadora, de acordo com Simioni. “Ter um novo CNPJ é recomendado, pois o regime tributário para a empresa franqueadora pode ser diferente do regime para o negócio que já existe”, afirma.
5) Manuais de processos e gestão
Eles devem mostrar ao franqueado como tocar o negócio. Desde a padronização da cor das paredes, como deve ser feito, como os funcionários devem ser recrutados. Ou até mesmo a gestão do fluxo de caixa.
“Nesta etapa, o empresário também deve estruturar os programas de treinamento para os franqueados e suas equipes”, diz Friedheim.
6) Estrutura jurídica
Envolve a redação da COF (Circular de Oferta de Franquia), que é apresentada ao candidato. Ela deve conter informações específicas previstas na lei de franquias. Por exemplo, nome e contato de franqueados, unidades que fecharam etc., do pré-contrato e do contrato de franquia.
“A consultoria jurídica fará a blindagem da empresa contra eventuais riscos. Por exemplo: quando um franqueado sai da rede após adquirir conhecimento sobre o negócio e abre uma empresa concorrente”, afirma Bueno.
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