Modelo de Negócio: descubra qual é o melhor para a sua empresa

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Se você tem uma empresa, ou está pensando em montar uma, deve saber que organizar o conceito do seu negócio não é uma tarefa fácil. Uma das coisas que mais podem fazer uma empresa dar errado é não saber que tipo de negócio ela faz, nem quais são seus objetivos e métodos de trabalho. Aí entra o modelo de negócio.

Criar uma empresa sem conhecê-la: esse é o caminho para o fracasso. No entanto, uma empresa que já surge sabendo exatamente qual é seu lugar no mundo, onde quer chegar e como deve trabalhar para isso é um caso de sucesso imbatível.

Saiba que existem muitas formas de gerenciar uma empresa, muito distintas uma das outras. Pense comigo: uma pessoa que vende lingeries sem loja física pode decidir entre criar um site de vendas online, vender de porta em porta, criar um Instagram da marca, vender para mulheres, para lojas, para pessoas plus size, ou adolescentes. São muitas as possibilidades. Se você não souber qual é o seu objetivo, você pode ficar perdido e acabar sendo prejudicado!

Para auxiliar os empreendedores que precisam se organizar no campo conceitual em relação à sua empresa, o americano Alex Osterwalder criou um sistema de organização chamado Canvas, ou Modelo de Negócio. Então aqui vão algumas questões para te deixar inquieto: o que você faz na sua empresa? Para quem? Como é feito? Quanto você gasta com isso? Se você está em dúvida sobre alguma dessas perguntas, esse artigo é pra você!

 

modelo de negócio

O que é o Modelo de Negócio?

O Modelo de Negócio, ou Canvas, é uma ferramenta da administração que auxilia a estruturar bem uma empresa ou empreendimento. Ele tem o objetivo de conter uma descrição dos principais pontos do negócio, a forma como ele funciona, a definição do que é, como faz dinheiro e com que fundos monetários conta. Tudo isso é feito, normalmente, de maneira visual e clara, para possibilitar uma fácil abstração.

O Canvas vai te auxiliar em muitos pontos, trazendo consciência sobre o seu negócio. A cada dia que você se torna uma pessoa mais consciente, você também se apropria do que faz. Assim, você se une à sua empresa, de forma que os resultados sejam apenas uma consequência de uma dedicação orgânica. Tudo isso pode surgir apenas de uma delimitação mais realista do que a sua empresa faz e quais são seus objetivos com ela. De forma geral, o Modelo de Negócio pode auxiliar, e muito, na relação psicológica e emocional que o dono, os trabalhadores e clientes de um negócio têm com ele.

Mas, além disso, os benefícios de determinar qual é o seu modelo de negócio não param na questão subjetiva. Também há impactos práticos e objetivos, quando o ponto é a capacidade da empresa de não se perder ao longo do caminho, de executar metas, e também de atrair investidores, clientes e marcas. Afinal de contas, como você irá argumentar com um possível cliente sem saber objetivamente quais são os valores da sua empresa?

Você pode fazer um Canvas com características visuais, num programa do computador, ou com uma folha de papel e alguns post-its. Mas, se preferir, pode apenas escrever na forma de texto corrido, caso fique mais fácil para você. O importante é tentar responder às seguintes questões fundamentais: 

botão

Qual é a minha proposta de valor?

A proposta de valor é o quadradinho do meio da sua tabela. Ela deve também ser o centro de tudo o que será feito na sua empresa. Essa é a resposta para a pergunta: “o que vou fazer?”. Parece simples, mas, na verdade, deve ser uma proposta muito inteligente e que se destaca. A proposta de valor é a alma do seu negócio, é aquilo que ele oferece para o mundo, o que, de fato, ele faz.

Quando for pensar na proposta de valor do seu negócio, é importante desenvolver uma solução para um problema. Pense em um problema da sociedade, da ciência, ou do mundo, que te indigna. A resposta para como você pode resolver – ou ajudar a resolver – este problema é a sua proposta. Esse valor deve ser diferente de muitos outros, para que você possa se destacar. Então reflita também qual é o diferencial da sua empresa, por que ela deve ser aberta, ou seja, a relevância social dela, muito mais do que abrir um negócio porque você quer.

O seu diferencial não precisa ser algo muito complexo ou inovador. Se você tiver uma ideia que ninguém nunca teve, isso é ótimo. Mas se você quiser abrir um negócio de que já existem muitos, pense em por que as pessoas seriam seus clientes, e não dos outros: esse é seu diferencial. Por exemplo, se já existem 50 padarias na cidade, e você quer abrir outra, você precisa se destacar. Esse destaque pode ser obtido por meio de uma localização privilegiada, por preços especiais, produtos de muita qualidade, ou por ser um ambiente acolhedor, com toque familiar e aconchegante. 

Um fator importante a se considerar, nesse ponto, é que a proposta de valor é uma das coisas mais difíceis de mudar em uma empresa, mas que pode, eventualmente, se transformar com o tempo e com as mudanças da sociedade e de demandas. Você verá que é raro uma marca oferecer um diverso produto ou serviço, e depois mudar, com o mesmo nome, para outro modelo de negócio. Afinal de contas, se a sua proposta de valor 

A qual segmento eu pertenço?

Depois de definir uma proposta de valor muito fixa e resistente, que vá se manter em meio às dificuldades, você pode começar a interpretar um pouco dela, e definir algumas outras questões, como o segmento a que você pertence. Existem vários segmentos no mercado de trabalho, e empresas de vários ramos, com características diferentes. Pense, por exemplo, se você tem uma loja de roupas, ela pode ser do segmento varejo, ou pode ser uma e-commerce.

A primeira coisa para definir qual é o segmento da sua empresa, é entender se ela vai prestar serviços, ou vender produtos. Isso pode parecer simples, mas em alguns casos gera confusão. Por exemplo, se você fizer produtos sob encomenda, para vender, você está prestando serviços ou vendendo o produto? Geralmente, você estará prestando um serviço, mesmo que seja feito em casa. Você é um vendedor se o principal na negociação for o valor do produto, e não o seu conhecimento para realizar um trabalho. 

Uma confeiteira, então, presta serviços de confeitaria. Isso porque não é o bolo que ela vende o foco da compra, afinal existem muitos bolos comprados prontos no supermercado. Mas é a sua capacidade de fazer um trabalho de confeitaria, na hora que seu cliente precisar. Da mesma forma é se você escrever livros ou textos sobre encomendas. Geralmente, quem é dono de uma livraria trabalha com vendas, mas se você é um redator, seu trabalho é de prestação de serviços. 

Outro ponto é entender a qual área do mercado você está vinculado. Isso costuma ser um processo fácil quando o assunto são os segmentos tradicionais, como vestuário, alimentação, construção, transporte, etc. Mas podem surgir desafios se a área que você representa fizer parte dos novos serviços que vêm sendo prestados pela internet. Entenda se seu trabalho é de programação, design, administração, jornalismo, apresentação, entre vários outros. 

Por quais canais irei distribuir meus produtos ou serviços?

Agora um dos pontos cruciais de hoje em dia é pensar o seu canal de contato com o cliente. Não pense que esse é um assunto simples, porque são muitos os canais, e não se para de criar novos. Esse é o ponto de encontro fundamental, que decide muita coisa sobre o tipo de clientes que você vai ter, e sobre o direcionamento que seu negócio terá. Porém, um ponto importante é que seu canal de distribuição pode mudar ao longo do tempo, e você pode também ter vários deles, trabalhando em muitas frentes. Por exemplo, você pode se inspirar em franquias como O Boticário, que possui as lojas físicas, as vendas por revista, e também o site. Ou em franquias menores como a Dogueria Perdizes que conta com modelo delivery e loja de rua.

Saiba mais sobre a franquia Dogueria Perdizes

Além disso, é possível recorrer a canais mais tradicionais, como as lojas, clínicas, oficinais, banca de jornal, e os estabelecimentos físicos de maneira geral. Mas também podem existir outras formas de fazer negócio. Você pode usar a tecnologia a seu favor, e criar uma loja online, um Instagram de vendas, fazer atendimento por vídeo chamada, entre várias outras formas de trabalhar, que estão sendo inventadas pelo home-office. Mas também existe a possibilidade de atuar numa espécie de meio termo, como faziam as revendedoras de revistas. Você pode vender seu produto ou serviço de forma domiciliar, indo até o cliente.

É importante fazer uma análise estratégica antes de decidir o canal principal de atuação do seu negócio. Pense em quais vão ser seus principais clientes, e planeje como encontrá-lo. Faça de uma forma que fique leve e tranquilo para o cliente, deixando-o cada vez mais confortável. Se você vai atender jovens, pode estar nas redes sociais, mas se você for um psicólogo que só atende pacientes da terceira idade, talvez seja melhor o atendimento presencial. Portanto, lembre-se de pensar sempre primeiro na proposta de valor do seu negócio, e refletir sobre quais são as suas prioridades. 

Como vou me relacionar com o cliente?

Quais serão suas formas de interação com seu cliente? Marketing, espaço para dúvidas, reclamações, sugestões e feedbacks são importantes em qualquer negócio. Se você tiver uma empresa pequena, em que você atende pessoalmente todos os seus clientes, isso pode simplificar muito sua divulgação. Mas, no mundo em que vivemos, isso tem se tornado cada vez mais raro. 

Acaba se tornando necessário, em meio a tanta concorrência, alcançar os clientes onde eles estão. Portanto, existem estratégias como distribuição de panfletos, anúncios na TV e Rádio locais, anúncios em jornais e sites. Você pode até mesmo contratar um digital influencer para fazer merchan para você. Mas tudo isso faz parte do ir até o cliente. E como ele chegará até você?

Disponibilize sempre canais de comunicação em que o cliente possa interagir. Seja com comentários nas redes sociais, seja em sites, um número de telefone com WhatsApp, e, dependendo do modelo do seu negócio, você pode até mesmo contratar profissionais para atender dúvidas e receber pessoas, tanto de maneira física, no escritório, quanto, por exemplo, por canais de telemarketing. 

Como você percebeu, todas essas decisões são muito livres, e vão depender muito do perfil e proposta de valor da sua empresa. Mas uma coisa que é fundamental nos dias atuais é declarar a sua existência na Internet. Não deixe de criar uma conta no Instagram e de compartilhar seu trabalho. Além disso, se você tiver ponto físico, cadastre-se no Google Maps, garantindo que as pessoas consigam te encontrar quando pesquisarem. 

Modelo de Negócio

Com quem vou estabelecer parcerias?

Você já ouviu falar em empresas parceiras? Esse é um dos pontos mais esquecidos por empreendedores, que, depois, se sentem isolados no mundo dos negócios. Parcerias são acordos que uma empresa pode fazer com uma pessoa física ou jurídica. Nessas relações, ambas as partes costumam ser beneficiadas, ou com lucro direto, ou com economia de gastos, ou com marketing grátis.

Portanto, você pode estabelecer parcerias por meio de patrocínios, que empresas bem consolidadas podem investir em você, acreditando no seu crescimento. Quando isso acontece, a empresa costuma pedir a divulgação do nome dela como sua parceira, o que garante um certo marketing para ela.

Além disso, você pode fechar acordos com fornecedores de produtos, ou com empresas que fazem parte do mesmo ramo que você, facilitando o acesso de ambos a produtos ou informações.

É importante que você pense, antes de colocar a mão na massa, em quais parcerias quer estabelecer, como pretende abordá-los, e qual sua proposta de valor para as empresas parceiras. As empresas com quem você se relaciona podem trazer muito mais visibilidade para seu negócio, além de que ela pode te indicar, o que supera ainda os benefícios materiais. Afinal de contas, o nome da marca é mais importante do que o serviço em si. 

Quais serão os principais recursos da empresa?

Quando falamos de dinheiro, todo empreendedor fica um pouco tenso. Isso ocorre porque a parte financeira, geralmente, é a decisiva sobre a continuação ou não de uma empresa. O dinheiro é, basicamente, o indicativo se as coisas estão dando certo, e são viáveis. Portanto, algumas das partes mais delicadas da construção de um Modelo de Negócio é ter um financeiro bem estruturado.

Para isso, você deve separar quais serão os recursos da empresa. Com que vocês vão fazer dinheiro? Quais serão as fontes de renda? Existem, novamente, negócios em que isso é muito óbvio, como no caso de compra e venda direta, em uma loja apenas. Outro exemplo é na prestação de serviços, em que o cliente paga, exatamente, pelo serviço combinado assim que ele é prestado. Mas em outros casos, não é tão fácil assim. Pode ser que, no seu negócio, sua renda não seja paga exatamente pelo cliente, mas por outras formas indiretas. Mas pode ser, também, que o cliente seja sua única fonte dentro da empresa. 

Você já pensou em como um dono de site ganha dinheiro? Vender conteúdo na Internet, geralmente, costuma ter uma renda indireta, que vem principalmente de anunciantes que exibem propaganda naquela plataforma. Para isso, existe o Google Adsense, patrocinadores, plataformas de financiamento coletivo, e anunciantes espontâneos. Agora, pense naqueles casos em que é apresentado para o cliente a possibilidade de pagar o valor que ele desejar pelo serviço ou produto? São muitas as possibilidades.

Faça um planejamento de quanto você precisa ganhar por mês para sustentar seu negócio, e faça também uma lista com as possíveis fontes de renda. Depois, teste-as para ver se podem ser mantidas. Uma empresa precisa ter mais que uma contribuição social, ela precisa também ser lucrativa para ela mesma. Não pense que você pode prestar serviços gratuitos, ou que você não deveria ser remunerado pelo que faz, pelo contrário, as empresas precisam de remuneração cada vez mais justa e bem distribuída, de forma que todos saiam ganhando. 

Quais serão os meus custos?

Agora, em contraposição aos ganhos, existem os custos. Se você está abrindo uma empresa pela primeira vez, verá que os custos de uma empresa são muito mais altos do que de pessoas normais, por exemplo, em uma vida doméstica convencional. Sendo assim, é importante descobrir quais são os gastos específicos do seu negócio.

Você terá que comprar matéria prima? Terá que fazer um estoque? Terá que pagar funcionários? Terá que gastar com transporte? Terá que pagar aluguel de um ponto comercial? Precisará comprar programas de computador, aparelhos para o prédio, etc? Quais são suas contas mensais? E o que você tem que pagar eventualmente? Anote isso.

Depois de ter todos os custos mapeados e calculados, você terá de fazer a operação crucial de qualquer empresa: subtrair o dinheiro que será gasto com o dinheiro que você conseguirá arrecadar em um mês. Se o resultado for positivo, você tem uma situação sustentável, e sua empresa está pronta para ir em frente. Caso contrário, você ainda terá que trabalhar no seu modelo de negócio, pensando em outras formas de fazer dinheiro.

Quais são as fontes de receita?

Caso você já tenha uma empresa há muito tempo, mas percebeu que ela se modificou no meio do caminho, não tem problema! O Modelo de Negócio pode ser adaptado ao longo do tempo, sem prejuízo algum. O importante é não perder o controle e, um dia, não saber mais o que está acontecendo na sua empresa. É importante ter isso sempre muito claro, e ter honestidade caso haja alterações que precisem ser notificadas. Quanto mais você observar as fases do seu negócio, se atentando para o formato e logística dele, melhor será a clareza do Canvas!

Conheça 7 exemplos de modelos de negócio

Depois de responder às perguntas anteriores, você terá seu modelo de negócio prontinho! Lá, está seu mapa de como agir com sua empresa, do que tentar e o que não, e como apresentá-la para o mundo. Essas características costumam ser comuns com algumas empresas, o que faz a criação de modelo de negócio já pré-definidos, muito recorrentemente utilizados. Conheça alguns deles:

1. Business to Consumer

Propositalmente esse é o primeiro modelo de negócio que precisa ser comentado, pois é o mais encontrado por consumidores. Mais conhecido por sua sigla B2C, significa um contato direto do negócio ao consumidor, a partir do oferecimento de produtos ou serviços. As cifras encontradas nesse modelo são mais baixas e os principais a utilizá-lo são empresas de varejo, como supermercados, lojas comuns, restaurantes, etc.

Nesse modelo de negócio, por ser voltado ao consumidor, existem características comuns quanto à captação de clientes, marketing, processo de venda e várias outras características. As diferenças se acentuaram ao contrastarmos com outros modelos.

Quanto à captação de clientes e marketing, o apelo é feito a produtos que ofereçam características atrativas ao consumidor, ou por seu valor agregado ou por seu bom custo-benefício. As ferramentas usadas pelos times de marketing para atingir seu objetivo são as mais variadas possíveis, mas buscam sempre mostrar ao comprador que aquela é a melhor compra que ele pode fazer daquele produto que precisa ou deseja. Pelas vendas serem destinadas a pessoas físicas, o valor agregado em cada venda é geralmente baixo, e por isso a empresa precisa buscar vender um montante suficiente para cobrir seus custos e gerar lucro. O que torna necessário bom treinamento de seus vendedores ou prestadores de serviço, que são as pessoas que fazem o contato direto com o cliente. Também é importante observar que o preço é apelativo ao comprador, e por isso deve estar competitivo frente ao mercado. Se não for inferior aos produtos concorrentes, deve demonstrar que sua qualidade ou valor agregado superam os rivais, justificando sua venda. 

O processo de venda também é apelativo para a decisão do consumidor. Por exemplo, se a loja aceita diferentes formas de pagamento, se faz parcelamento de compras, se há desconto em compras à vista ou parcelamento sem juros. Todos esses itens podem fazer significativa diferença aos olhos do consumidor. Nos dias atuais é por exemplo um grande diferencial aceitar pagamento via pix, o que levou inclusive máquinas de cartão a criar a opção de pagamento por tal meio. Nesses casos um código QR é criado, tornando o pagamento tão rastreável e confiável quando um cartão de crédito, e ainda mais cômodo para os clientes que escolherem essa opção. Visto que a competição é bastante intensa nesse setor, essas pequenas diferenças podem ser a chave para o sucesso ou fracasso de um novo negócio.

2. Direct to Consumer

Modelo de negócio com a sigla D2C, em português significa “Direto ao Consumidor”. De forma geral os modelo de negócio tem seus nomes próximos de seu significado prático. Nesse caso não é diferente. O produtor e detentor dos direitos do produto tem seu contato direto com o consumidor final, sem passar por uma loja terceira, que no varejo geralmente faz essa conexão entre produtor e consumidor. Nesse modelo o detentor dos direitos também faz a logística e venda, criando vantagens competitivas, no entanto, aumentando seu custo de operação. Como exemplos destes existem Outlets, lojas de fábrica e lojas de montadoras de veículos. 

A principal vantagem desse modelo frente ao mercado é no preço final do produto para o consumidor. Para a empresa, há a vantagem de que todo o lucro da venda é diretamente para quem o produziu, assim, mesmo tendo um maior custo de operação e preço menor no produto, há um lucro maior que justifica essa escolha.

Nesse caso, não é necessário grandes campanhas de marketing, pois o principal motivo do consumidor ir até uma loja desse modelo é de fato o custo do produto. Então não é raro observar nesse modelo lojas simples, com os produtos acessíveis ao próprio cliente, menor número de vendedores e menor oferta de benefícios àquele que fechar a compra e propagandas menos frequentes. Exemplo disso são algumas empresas que produzem sorvetes e picolés, onde ao invés de comprar poucas unidades, o cliente irá levar um número muito maior, atraído pelo preço, não encontrado em supermercados ou sorveterias. 

Outro exemplo desse modelo muito conhecido pelos brasileiros, são as feiras, com produtos comprados diretamente dos produtores destes. Nesse caso, geralmente os produtores possuem micro ou pequenas empresas, ou mesmo produzem em sua propriedade, e levam ao comprador final em barracas organizadas pelas prefeituras, onde o comprador poderá encontrar produtos de melhor qualidade e menor preço. Se essa possibilidade é vantajosa para o cliente, mais ainda é para os produtores, que ao vender para supermercados ou afins, ficariam com apenas uma pequena fração do valor final, acarretando em uma margem de lucro significativamente menor do que oferecendo diretamente ao comprador. A desvantagem, por outro lado, é a quantidade vendida. Ao fazer uma venda D2C a quantidade adquirida por cada comprador é pequena, enquanto em um supermercado, a compra é feita em lotes, possibilitando maior valor agregado e menor chance de prejuízo, já que o custo do risco é arcado pela  loja que faz a venda.

No entanto, o modelo D2C não é utilizado apenas por micro empresas e produtores familiares. Talvez o maior setor a se utilizar desse modelo seja a indústria automotiva. A maior parte da venda de carros, motos, ou outros veículos, novos, ou mesmo seminovos, é feita por concessionárias de propriedade da própria montadora. As razões para isso são variadas, mas podemos olhar como principal motivador o valor agregado dos produtos comercializados.

De fato, esse é um modelo de negócio com diversos pontos a serem observados antes de optar ou não por sua escolha. Ao ter contato direto com o comprador, todo o lucro é destinado à própria fabricante do produto, além de aproximar o comprador da marca, o que pode ser muito positivo para empresas que buscam cativar e fidelizar seus clientes através de um bom atendimento. Por outro lado, a empresa toma para si a responsabilidade logística e de varejo, aumentando seu custo de operação e também buscando ter a responsabilidade sobre os riscos. 

3. Business to Business

As empresas Business to Business (B2B), que em português poderia ser chamado de “Empresa para Empresa”, fazem comércio diretamente com outras empresas. Os produtos oferecidos podem ser os mais variados possíveis, como insumos, produtos de escritório, bens de consumo, softwares, commodities, ou mesmo a terceirização de setores da empresa ou serviços.

Nessa modalidade, o preço também é diferencial, aqui em uma competição com outras diversas empresas que oferecem o mesmo tipo de serviço. Mas não se resume a isso. De forma geral, todos os produtos a serem comprados por uma empresa são analisados, de acordo com sua característica, aplicabilidade para a situação que se destina, custo benefício e condições de suporte. Apelações de Marketing eficazes na venda para consumidores, têm pouca ou nenhuma efetividade nesse cenário, pois as compras são muito mais analíticas do que passionais, cenário comum em compras feitas por pessoas físicas. 

O foco na modalidade B2B direciona-se para cifras maiores, com grandes volumes negociados, ou contratos de longo prazo. Os riscos associados à inadimplência são menores do que quando se fala de venda a consumidores físicos, dando maior margem de risco para preços mais competitivos. É parte de uma tendência de mercado a terceirização de diversos setores, tornando a empresa mais enxuta e eficiente, dedicando as tarefas de áreas específicas a empresas com especialização para tal, podendo-se dedicar àquilo que a empresa em questão se propõe. Um exemplo disso são as Assessorias Jurídicas, que destinam-se a tomar para si as responsabilidades jurídicas das empresas que assessora. Confira mais sobre esse tema aqui

4. Peer to Peer

O modelo que em português poderia ser chamado de “Pessoa para Pessoa” ou ainda P2P, faz a conexão entre duas pessoas físicas. É também uma tendência de mercado que surgiu com grandes Startups, como Uber, ou ainda empresas com mais tempo de existência, como Mercado Livre e OLX. Geralmente, os ganhos dessas empresas vêm da cobrança de taxas de intermediação ou anúncios.

Esse modelo vêm de uma necessidade de mercado, que envolve o cenário de recessão econômica no mundo, que tem exigido das pessoas a diversificação de suas fontes de renda, sendo portanto a escolha tanto de compradores, que buscam preços mais atrativos, quanto de prestadores de serviço, que tem uma ferramenta que facilita a captação de clientes. Essa é uma das principais características para esse tipo de serviço, o preço final deve ser inferior ao do setor regulado, para justificar a opção deste em detrimento das opções tradicionais e regulamentadas pelo Estado.

É importante saber que para esse modelo de negócio, o Marketing e captação de clientes não se dirige somente aos clientes compradores, mas também aos clientes prestadores de serviço. As condições oferecidas precisam ser vantajosas para ambas as partes, para assim conquistar sucesso nesse setor. Mas levando em conta que a comunicação é a principal moeda da atualidade em vista da grande utilização da internet pela população, as empresas P2P são as detentoras dessa moeda no nível comercial, e devem aproveitar dessa vantagem. Afinal, um bom prestador de serviços a quem os clientes não chegam não tem ganhos melhores que um prestador de qualidade inferior, mas com boa comunicação com os clientes. Pensando nessa característica, a capacidade de alcançar ambos os públicos deve ser a principal argumentação para campanhas de divulgação que empresas desse modelo devem fazer.

5. Franchising

O franchising é um dos modelo de negócio mais promissores do Brasil. De acordo com dados do Sebrae, os negócios convencionais têm uma chance de 80% de falir nos primeiros cinco anos. Já quando falamos de franquias, elas têm apenas 15% de chance. Por isso, ele é um modelo de negócio mais vantajoso para quem quer segurança e facilidade.

O franchising é caracterizado por um modelo de negócio em que o dono de uma empresa decide vender o direito ao uso da marca e patente para outros empresários, que poderão abrir suas próprias unidades do mesmo negócio. Dessa forma, observamos um crescimento mais rápido e acessível da marca. Além disso, o franqueado (aquele que compra uma franquia) acaba sendo muito beneficiado, afinal, ele herda boa parte do know-how do franqueador (criador da marca) e é acompanhado ao longo do caminho.

Você provavelmente conhece muitas franquias, elas estão por toda parte. O Boticário, Burger King, McDonalds, Havaianas, Hering, entre tantas outras. Elas estão em massa nos shoppings centers de todo o Brasil e do mundo. Existem franquias baratas, franquias online, microfranquias, franquias de beleza, franquias de alimentação, e de várias outras áreas. Conheça as melhores franquias para investir. 

Transforme o seu negócio em uma franquia; Modelo de Negócio

O franchising pode ser aplicado tanto em cidades pequenas quanto em grandes centros urbanos, e você pode fazer da sua marca uma franquia. Alguns pontos são importantes, caso você tome essa decisão. Você deverá conhecer a Lei de franquias, que é a legislação brasileira específica para franchising, e também a Associação Brasileira de Franchising, a ABF. Ela é uma instituição sem fins lucrativos que pretende apoiar esse modelo de negócio no território brasileiro. 

Além disso, todas as franquias precisam elaborar uma Circular de Oferta de Franquia (COF) que é um documento apresentado para todos os candidatos a se tornarem franqueados. Precisa de ajuda para montar sua franquia? Entre em contato com a Goakira, uma consultoria especializada em franchising. 

6. Modelo de assinaturas

O modelo de assinaturas tem se tornado cada vez mais conhecido por todos, ao oferecer comodidades de diferentes tipos por meio de uma assinatura, geralmente mensal ou anual. No entanto, não é um modelo novo, existe há anos, por exemplo, na assinatura de revistas. Exemplos desse modelo são inúmeros, como Netflix, HBO Max, jornais e revistas como Folha de São Paulo e Veja ou ainda clubes de assinatura de livros, roupas e muitos outros. 

A vantagem para o assinante está principalmente na ausência de anúncios, em serviços digitais, e o recebimento periódico do produto assinado ou ainda serviços on demand, como é o caso dos streaming de filmes e séries. No caso dos produtos digitais, principalmente tornou-se possível a criação de tais serviços pelo avanço da qualidade dos aparelhos digitais quanto pela melhoria da qualidade da internet e sua intercomunicação com os diferentes tipos de aparelhos, como televisões Smart, smartphones e tablets, tornando mais fácil assistir filmes pela internet do que ir a uma locadora, assim como ler um livro através de um e-book.

No entanto, os serviços por assinatura não se limitam ao meio digital, como citado. Podem ser aplicados a praticamente todo tipo de produto ou ainda de serviços, como pagamento de um seguro para proteção de carros, aparelhos, casas ou mesmo seguros de vida ou planos de saúde. As possibilidades são amplas e encontram boa recepção pelos consumidores, que têm buscado maior qualidade de vida e tranquilidade.

7. Freemium

O modelo Freemium é muito semelhante ao descrito anteriormente, encontrando até mesmo uma similaridade em alguns casos. Nessa modalidade, um serviço ou produto que possui uma versão gratuita (do inglês “Free”), recebe um upgrade em sua versão Premium. Esse upgrade pode ser interrupção da veiculação de anúncios, acesso mais amplo a recursos, personalizações ou outros. Este é um modelo de negócio que encontra grande espaço no meio digital. Nesse meio, a forma de ganho mais comum é a veiculação de anúncios, no entanto diversos serviços têm oferecido sua versão premium. Alguns exemplos são Spotify, Youtube, diversas revistas, aplicativos e outros.

O modelo freemium tem uma característica de atrair o cliente, como uma espécie de isca. A maioria deles não irá dispensar a possibilidade de desfrutar de alguns dias ou semanas de conteúdo grátis. Mas a ideia é conquistá-los nesse período, para que se tornem assinantes que pagam pelo serviço. Por outro lado, acaba acontecendo um fenômeno em que muitas pessoas se esquecem de cancelar o serviço, quando acaba o período gratuito, e o valor é descontado automaticamente no cartão. 

Esse modelo de negócio nasceu inspirado nas antigas “amostras grátis”, muito conhecidas na área dos cosméticos. A linha de pensamento é a mesma, em que o cliente recebe uma parte limitada de um produto, mas acaba querendo usar mais. Sendo assim, o freemium pode ser um modelo de negócio muito eficiente para a empresa, mas um pouco incômodo para o cliente. Também vale notar que é possível que os clientes burlem o sistema, utilizando o mesmo período grátis várias vezes, ou então aproveitando apenas enquanto não tem que pagar. 

Você pode criar o seu Modelo de Negócio!

Se, depois de ler sobre todos esses modelo de negócio apresentados, você não se identificou completamente, saiba que você pode criar um só seu! Os modelo de negócio são apenas sugestões muito comuns de modelo de negócio, que acabam gerando identificação na maioria das empresas. Por isso, esses modelos são muito compartilhados e estão aqui.

Mas, quando você montar toda a sua tabela respondendo às perguntas acima descritas, você terá desenhado o seu modelo de negócio. Se você não se identificar com nenhum desses, está tudo bem! Basta saber os dados sobre a empresa, e você pode até mesmo lançar o modelo novo, que ficará conhecido pelo seu trabalho!

Então, sinta-se livre para continuar firme nas suas ideias, mesmo que elas não sejam comuns ou não se encaixem no que já existe. O mercado é muito dinâmico, e gera novas ideias, produtos e modelo de negócio o tempo todo. Sendo assim, não pense que tem algo de errado com sua empresa se ela for totalmente inovadora, afinal, isso costuma ser muito bom. Afinal de contas, muitas áreas são espaços abertos para a tecnologia e inovação. O que é fundamental é que seu Canvas esteja absolutamente coerente. 

Consultoria de confiança

Conclusão

O Modelo de Negócio é uma estratégia da gestão empresarial e administração de empresas que auxilia muito na criação e compreensão de um negócio, além de dar para o empresário a sensação de conexão e intimidade com a própria empresa. Sendo assim, é importante que essa estratégia seja utilizada no surgimento de toda nova empresa, mas que também seja reutilizada quando há mudanças relevantes na história do empreendimento.

É importante que o Canvas esteja sempre atualizado, com uma cópia exposta para todos os funcionários, para que todos se sintam confiantes e integrados à proposta de valor do local. Antes de contratar funcionários, lembre-se de perguntar da disponibilidade e interesse dele com a causa da empresa, ou seja, qual problema tentará ajudar a resolver no mundo.

Por fim, certifique-se de estar construindo um Canvas sólido e verdadeiro, que consiga representar sua empresa para todos mas, principalmente, para quem trabalha nela. Existem vários modelo de negócio, e você pode escolher o melhor deles para sua empresa, pensando na quantidade de afinidades que você terá com cada modelo. E sempre vale lembrar: você pode criar um modelo de negócio totalmente autoral, que você criou. 

Mas se, de toda forma, você ficou com dificuldades para fazer seu modelo de negócio, a Goakira pode te ajudar! Oferecemos o serviço de colaborar para a definição desse plano, por um preço justo e muita experiência. 

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