Quem nunca teve o sonho de ter seu negócio? Segundo pesquisa do Global Entrepreneurship Monitor 2012, 44% dos brasileiros sonham em ter seu negócio próprio.
É uma grande parcela da população. Na verdade, intuitivamente chego a pensar que esse percentual pode ser até maior. Para aqueles que já passaram da fase de sonhar, juntaram algumas economias e decidiram abrir uma empresa outra decisão importante.
Quase que certamente já está na sua cabeça: devo partir para um voo solo e criar um negócio do zero ou comprar uma franquia?
Para ajudar a resolver essa questão de abrir ou não um negócio próprio, cinco avaliações fundamentais devem ser feitas:
1. O modelo de negócio, produto ou serviço que estou considerando já existe ou trata-se de uma inovação com grande potencial?
A maioria dos negócios segue uma linha já existente no mercado. Se você é um dos poucos que tem uma ideia totalmente inovadora, o ideal é preparar um bom plano de negócios e avaliar a aceitação da sua oferta antes de colocá-la em prática.
Caso um modelo de negócio semelhante ao que você pensa iniciar já exista como rede de franquias, vale a pena conhecer as empresas e entender o suporte que elas irão lhe oferecer. Muitas vezes, reinventar a roda não faz sentido. Se você pertence a um terceiro grupo, o dos indecisos, e não sabe em que segmento quer atuar você pode ser um bom candidato a franqueado. Avalie redes de franquias com as quais você tenha afinidade não somente com o produto ou serviço oferecido, mas também com o dia-a-dia da operação.
2. Qual é o meu perfil?
Esse é o aspecto mais importante a ser levado em consideração. Mudar você mesmo enquanto inicia um negócio é tarefa quase impossível, portanto, a escolha deve estar diretamente ligada a quem você é. Nesse sentido, considero que uma autoavaliação deve considerar minimamente como você se comporta em relação a:
- Riscos: qual é sua tolerância a riscos? Uma boa forma de avaliar isso é estudar seu histórico. Se você é daquelas pessoas que sempre investiram suas economias na poupança, preferem uma carreira estável e não suportam a ideia de incerteza, sua tolerância a riscos tende a ser baixa, portanto, ponto para o modelo de franquias. Vale lembrar que mesmo com uma franquia você deve estar disposto a correr riscos, pois negócio próprio sem risco, não existe;
- Liderança e relação com autoridade: você tem uma personalidade extremamente forte e tem problemas com autoridade? Nesse caso, a franquia pode não ser o modelo ideal, pois para garantir o bom funcionamento da rede, regras estabelecidas devem ser cumpridas;
- Estilo de aprendizado: quando você se depara com uma situação nova, sente-se bastante confortável em buscar a solução por conta própria? Está sempre buscando novas e melhores formas de resolver problemas mesmo antes que eles surjam? Considera-se um autodidata? Se você respondeu sim as três perguntas, criar um negócio novo pode ser uma forma de sentir-se realizado.
3. Tenho experiência e conhecimento necessário para tocar meu negócio próprio?
Essa é uma pergunta difícil responder. Por mais que seja feito um plano de negócios uma coisa é certa: muitas coisas não acontecerão conforme o planejado, portanto abrir uma empresa do zero pode ser uma caixinha de surpresas. De toda forma, alguns elementos básicos devem ser avaliados: Você conhece segmento onde decidiu atuar? Já teve experiência ou formação acadêmica, não somente técnica, porém no que tange os aspectos de gestão de negócios? Caso você responda não a essas perguntas, ponto para franquias.
4. Avaliação financeira
Avaliar financeiramente diferentes cenários é um bom exercício. Quando me refiro à avaliação financeira, não falo somente em conhecer o valor do investimento inicial. Já vi casos de pessoas que não gostam da ideia de pagar a taxa inicial de franquia ou que dizem que investimento na loja vai custar mais caro. Dentro do modelo de franquias deve-se levar em conta que, normalmente a curva de aprendizado (e de vendas) é mais rápida do que iniciar um negócio do zero, pois o produto e serviço já estão desenvolvidos, os clientes já reconhecem a marca e pode-se contar com a experiência do franqueador para não cometer os mesmos erros que ele cometeu.
Em contrapartida, deve ser avaliado o valor dos royalties cobrados pela franqueadora, pois eles afetam diretamente o potencial de lucro e, no longo prazo, tem mais efeito no retorno do negócio do que uma diferença inicial no valor do investimento ou do valor da taxa de franquia. Quando se inicia um negócio do zero, deve-se levar em conta que muitas vezes acabamos incorrendo em despesas não previstas ou cometemos erros, como por exemplo, na escolha de fornecedores ou prestadores de serviço ou do ponto comercial. Erros como esse podem custar caro. Esse risco na franquia é minimizado.
5. Marca
Tenho o capital e a disponibilidade para desenvolver minha marca sozinho? As marcas do segmento que quero atuar já são estabelecidas e reconhecidas pelos consumidores? A construção de uma marca leva tempo e custa caro. Portanto, muitas vezes o caminho da franquia é o mais curto. Por outro lado, devem-se levar em consideração os critérios de seleção de franqueados de uma rede, afinal, você não quer participar de uma rede onde qualquer um pode ter uma franquia e irá representar mal a marca.
Independente da sua escolha, franquia ou iniciar seu negócio do zero, uma coisa é certa. Muito trabalho te espera e persistência e disciplina serão fundamentais na sua jornada.
Diego Simioni é administrador de empresas e sócio-fundador da GoAkira, consultoria empresarial especializada em franquias.
Fonte: Portal Mercado Brasil
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