Se você acompanhou a televisão, o rádio, as redes sociais, os jornais ou as revistas viu a grande quantidade de notícias sobre a eleição americana, a mais acirrada no mundo. O resultado é sempre aguardado com ansiedade e emoção. As campanhas foram agressivas, com muitos ataques de ambos os lados. E no final das contas, após conquistar diversos Estados, como Flórida, Ohio e Carolina do Norte, os Estados Unidos elegeram Trump.
Desde o resultado, acontecem muitas manifestações a favor e contra a vitória de Trump. Mas o qual é o real impacto da vitória de Trump no Brasil?
Economia na era Trump
Atualmente os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Os republicanos apoiam o livre mercado e ações contra as medidas protecionistas. Assim, melhora a competitividade das empresas americanas em relação às estrangeiras. Porém, Trump não seguiu essa linha durante a campanha e propõe renegociar acordos comerciais. Assim, visa manter empregos no país e reduzir o déficit.
Essas medidas são delicadas, mas caso consiga colocá-las em prática, podem causar um grande impacto e gerar uma verdadeira bagunça econômica. Além disso, Trump é imprevisível e isso deixa investidores inseguros, o que cria mais um fator de risco para investir no Brasil.
Donald Trump declarou em 2015 que o Brasil tira vantagem dos Estados Unidos através de práticas comerciais injustas. O relacionamento entre Brasil e Estados Unidos sempre dependeu muito de seus líderes, que também varia de acordo com a afinidade ideológica de cada parte. Ainda é difícil prever o que os primeiros meses do mandato de Trump. Mas uma mudança na relação entre os países mais problemas internos pode impactar – e muito! – a retomada do crescimento do PIB nos próximos anos.
Câmbio e inflação
Após a confirmação da vitória de Donald Trump, o dólar aumentou, abrindo o dia 9 de novembro de 2016 com alta de mais de 2%, chegando a R$ 3,25. A Gradual Investimentos acreditava que o dólar chegaria até o final do ano aos R$3,30. Mas com o resultado da eleição, a projeção aumentou para R$ 3,60.
A desvalorização do real pode piorar a inflação para os próximos anos, porque levaria o Banco Central a cautela na flexibilização da política monetária, tornando complicado o corte de juros previsto para 2016 e 2017.
Essa cautela impactaria nas despesas e nos custos das empresas, diminuindo o lucro. Empresas de turismo e produtos importados terão um aumento significativo no custo das vendas, por causa do aumento do dólar. É preciso planejar esse impacto para os próximos anos. Conforme a dependência do dólar na empresa, será necessário trabalhar com o hedge cambial para minimizar os efeitos da cotação da moeda americana na empresa.
A inflação é algo que todo brasileiro acompanha fielmente, pois o aumento no aluguel, nas tarifas de água, gás e energia e no salário são despesas que causam impactos. Principalmente nos negócios e já sofreram aumentos consideráveis durante 2016 e a tendência é que a escalada dos preços continue em 2017.
Investimentos
A vitória de Trump também pode se transformar em um balde de água fria na previsão de queda da taxa de juros (SELIC). Derrubando a possibilidade de diminui-la. A taxa de juros alta inibe o investimento de empresas em equipamentos e bens, encarecendo a aquisição de financiamentos e de empréstimos e, consequentemente. Tornando atrativo alocar o dinheiro em renda fixa por causa da rentabilidade e do menor risco.
O alto patamar da taxa de juros também prejudica o desenvolvimento e o crescimento do país. Pois novos negócios e estratégias são custosos e a falta de linhas de crédito vantajosas impede a evolução da economia.
Nesse cenário, é aconselhado que as empresas adotem um melhor planejamento financeiro. Assim, espera-se que consigam diminuir a dependência das linhas de crédito. Pois deverão manter seu alto custo durante os próximos anos. Caso invista em algum negócio ou projeto novo, é preciso analisar bem cada caso. Além disso, é fundamental considerar um risco maior na viabilidade financeira do projeto.
2017: o ano do planejamento
A principal dificuldade é a imprevisibilidade das decisões do presidente eleito Donald Trump. Mesmo se considerarmos todas as análises e suposições, as teorias só serão confirmadas no próximo ano. Mas em meio a todas as dúvidas, um ponto é certo. Todos os empreendedores devem focar no planejamento financeiro e estratégico e no plano de negócio de suas empresas no próximo ano. A incerteza do mercado é algo que sempre será considerado um fator de alto impacto. Dessa forma, o empreendedor tem como obrigação minimizar todos os riscos.